Os pais começam a preocupar-se com o déficit de atenção, hiperatividade/impulsividade entre os três e quatro anos de idade, porém é difícil estabelecer o diagnóstico em crianças pequenas, pois fronteiras entre os padrões normais e anormais de comportamento nessa faixa etária são muito próximas e podem ser influenciadas por fatores ambientais.
Os sintomas muitas vezes são verificados somente depois da entrada na escola, porque neste período as dificuldades são percebidas pelos professores por meio da comparação com outras crianças da mesma idade e ambiente. Assim, o diagnóstico é geralmente feito na idade escolar, pois nesta época os sintomas impedem que a criança se mantenha em condições favoráveis ao aprendizado, gerando problemas secundários antes não perceptíveis ou pouco valorizados.
O diagnóstico do TDAH é considerado como dimensional, ou seja, deve considerar a dimensão em número e intensidade dos sintomas apresentados, que devem ser maiores do que o encontrado na população em geral. O prejuízo devido aos sintomas deve estar presente em pelo menos dois contextos (ex: casa e escola) e deve haver claras evidências de interferências no funcionamento social, acadêmico ou ocupacional.
Portanto, o processo diagnóstico do TDAH é clínico, baseado nos sinais e sintomas, por isso sua busca deve ser efetuada em várias fontes de informação incluindo o paciente, a família e a escola. É preciso envolver uma avaliação cuidadosa e rigor na utilização dos critérios. Nesse sentido, o instrumento SNAP-IV foi desenvolvido para avaliação de manifestações do TDAH em crianças e adolescentes. É um questionário de domínio público, traduzido e adaptado culturalmente para o Brasil por Mattos e colaboradores em 2006 e emprega os sintomas listados pela Academia Americana de Psiquiatria.
Vale ressaltar que o diagnóstico só pode ser feito por médicos especializados. Professores e pais podem apenas apontar os sintomas, inclusive pelo uso do SNAP-IV, e solicitar o encaminhamento ao profissional adequado.