Revisão do DSM-5 e critérios diagnósticos para TDAH


O DSM-5 é a quinta edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, publicado pela Associação Americana de Psiquiatria em 2013. O DSM-5 trouxe algumas mudanças importantes no diagnóstico do Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), em comparação com a edição anterior, o DSM-IV-TR.

As principais mudanças no diagnóstico do TDAH no DSM-5 incluíram:

  • Redução no número de subtipos: no DSM-IV-TR, o TDAH era dividido em três subtipos: TDAH predominantemente hiperativo-impulsivo, TDAH predominantemente desatento e TDAH combinado. No DSM-5-TR, o TDAH não é mais dividido em subtipos, mas sim em três apresentações: TDAH com predominância de sintomas de desatenção, TDAH com predominância de sintomas hiperativos-impulsivos e TDAH com sintomas mistos.
  • Mudança no critério de idade: no DSM-IV-TR, o critério de idade para o diagnóstico de TDAH era a presença de sintomas antes dos 7 anos de idade. No DSM-5, esse critério foi modificado para antes dos 12 anos de idade.
  • Inclusão de critério de gravidade: o DSM-5 incluiu um critério de gravidade, que avalia a intensidade dos sintomas do TDAH e sua interferência na vida diária do indivíduo. Essa medida de gravidade é útil para ajudar a determinar o tipo de tratamento necessário.
  • Inclusão de critérios adicionais para diagnóstico em adultos: o DSM-5 inclui critérios adicionais para o diagnóstico de TDAH em adultos, levando em consideração as diferenças no funcionamento cognitivo e na vida diária de adultos em comparação com crianças.

O DSM-5 trouxe algumas mudanças significativas no diagnóstico do TDAH, incluindo a redução do número de subtipos, a modificação do critério de idade, a inclusão do critério de gravidade e a inclusão de critérios adicionais para diagnóstico em adultos. Essas mudanças foram feitas com o objetivo de tornar o diagnóstico do TDAH mais preciso e abrangente.

Em março de 2022, uma revisão do manual foi publicada: The Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders, Fifth Edition, Text Revision (DSM-5-TR), incluindo pequenas correções e atualizações, mas sem alterações significativas nas diretrizes de diagnóstico. Como em seu predecessor, o TDAH é incluído no capítulo “Transtornos do Neurodesenvolvimento”. De acordo com o DSM-5-TR, os transtornos do neurodesenvolvimento “são caracterizados por déficits de desenvolvimento ou diferenças nos processos cerebrais que produzem prejuízos no funcionamento pessoal, social, acadêmico ou ocupacional” (p. 36). Os autores do manual afirmam que os dados disponíveis na literatura científica atual apoiam essa classificação. Essa afirmação é reforçada na seção “Fatores de risco e prognóstico”, que é mais detalhada do que no DSM-5. Os autores afirmam que a hereditariedade é de aproximadamente 74% e que os estudos de associação do genoma “identificaram vários loci enriquecidos em regiões genômicas evolutivamente restritas e genes de perda de função, bem como em regiões reguladoras expressas no cérebro” (p. 72).

O DSM-5-TR mantém o mesmo comentário sobre o papel do contexto social de seu predecessor. Mais especificamente, afirma-se que “os sinais do transtorno podem ser mínimos ou ausentes quando o indivíduo recebe recompensas frequentes por comportamento apropriado, está sob supervisão próxima, está em um ambiente novo, está envolvido em atividades especialmente interessantes, tem estimulação externa consistente (por exemplo, por meio de telas eletrônicas) ou está interagindo em situações individuais (por exemplo, o consultório do médico)” (p. 71).

Em resumo, o DSM-5-TR inclui critérios claros para o diagnóstico de TDAH, que se concentram nos sintomas de desatenção, hiperatividade e impulsividade. O diagnóstico de TDAH requer a presença de vários sintomas em pelo menos dois ambientes diferentes, que interferem no funcionamento do indivíduo. Além disso, o DSM-5-TR inclui uma avaliação da gravidade dos sintomas de TDAH e das possíveis condições coexistentes, que podem afetar o diagnóstico e o tratamento do TDAH.

Referências:

Koutsoklenis A, Honkasilta J. ADHD in the DSM-5-TR: What has changed and what has not. Front Psychiatry. 2023 Jan 10;13:1064141. doi: 10.3389/fpsyt.2022.1064141. PMID: 36704731; PMCID: PMC9871920.

American Psychiatric Association. Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders, 5th edn, Text Revision. (2022). Washington, DC: American Psychiatric Association.

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